O Teísmo Medieval
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UMA OBRA QUE ASSINALA O 7º E O 9º CENTENÁRIO DA MORTE DE DOIS DOS MAIS EMINENTES FILÓSOFOS MEDIEVAIS:
João Duns Escoto (1308 – 2008) & Santo Anselmo (1109 – 2009)
Assinalando duas efemérides muito próximas entre si – o sétimo centenário da morte de João Duns Escoto em 2008 (1308-2008) e o nono centenário da morte de Santo Anselmo em 2009 (1109-2009) – cumpre-nos não deixar apagar-se a memória acerca de duas das mais eminentes referências da história da filosofia ocidental, que, sobrevivendo à passagem dos séculos, continuam a ser capazes de estimular a nossa auto-compreensão em contexto civilizacional.
Este conjunto de estudos nada mais faz do que celebrar o vigor especulativo dos dois filósofos medievais nos nossos dias. Esse vigor manifesta-se especialmente no tratamento filosófico de um tema maior e estruturante da mundividência dos pensadores medievais, como era o tema de Deus. Com efeito, dentro de uma cultura cristianizada, como era a da Europa medieval, o teísmo quer de Anselmo quer de Duns Escoto não era um teísmo exclusivamente confessional ou somente devoto; era um teísmo que exigia auto-questionar-se, auto-compreender-se e auto-justificar-se. Um crente filósofo, outrora como agora, não pode ser só crente.
Tanto o teísmo anselmiano quanto o escotista são teísmos filosóficos, que, sendo medievais, fazem ruborescer de ingenuidade muitas confissões teístas actuais e, correlativamente, ateístas. Os dois teísmos, não sendo singularmente o mesmo, são estruturalmente consonantes entre si. Nos dois pensadores teístas, o Doutor Magnífico e o Doutor Subtil, nós encontramos dois membros de uma mesma família de pensamento, que partilham remotas influências comuns e que continuam hoje a atrair seguidores e críticos, bem como, entre uns e outros, admiradores.
Maria Leonor Lamas de Oliveira Xavier é professora associada com agregação do Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde tem leccionado, entre outras, as disciplinas de Filosofia Medieval e de Metafísica Medieval.
Membro da Sociedade Internacional para o Estudo da Filosofia Medieval (SIEPM) e do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa (CFUL), do Grupo Interdisciplinar de Medievalismo Teresa Amado (GIMTA) e da Red Latinoamericana de Filosofia Medieval (RLFM).
Autora de: Razão e Ser. Três Questões de Ontologia em Santo Anselmo (1999); Questões de Filosofia na Idade Média (2007); O Teísmo Medieval. Santo Anselmo e João Duns Escoto (2009); A Questão da Existência de Deus. Uma disputa medieval. Estudo e antologia de textos (2013); Três Questões Sobre Deus (2015); bem como de dezenas de artigos publicados em obras colectivas e revistas de filosofia.
Tradutora de: Teologia Mística. Textos de Pedro Hispano e Tomás Galo (2008).
Coordenadora de: Francisco da Gama Caeiro. A Presença 20 anos depois (2014); Philosophica 34. Anselmo sola ratione 900 anos depois (2009); A Questão de Deus na História da Filosofia I-II (2008) e A Questão de Deus. Ensaios Filosóficos (2010), obras publicadas no âmbito do Projecto de Filosofia FCT / CFUL [PTDC/FIL/64249/2006] «A Questão de Deus. História e Crítica» (Informação disponível em: www.aquestaodedeus.blogspot.com).
Informação adicional
Dimensões (C x L x A) | 16 × 23 cm |
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