O Dragão e o Graal
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Desde o Perceval ou o Romance do Graal (séc. XII), de Chrétien de Troyes, até ao Parzival (séc. XIII), de Wolfram von Eschenbach, são as Mulheres-Faery que guiam constantemente o Cavaleiro até ao Castelo do Graal, onde uma Mulher Epifânica exibe num ritual o Graal, verdadeira imagem icónica do Eterno Feminino, portador da Fertilidade e da Sapiencialidade que reverdece alquimicamente a Terra.
Este livro interroga o papel destas mulheres sobrenaturais como um vestígio gnóstico e erótico do arquétipo de Sophia que, em visões, guia através de hierogamias o Processo Iniciático do Cavaleiro, símbolo do Iniciado. Ela é, neste sentido, a verdadeira Portadora da Luz, o Lúcifer Hermético que traz a Gnose. Trata-se, porém, de uma Gnose Pagã e Pré-Cristã.
O Graal germânico realça um novo modelo iconográfico e mitográfico deste Mito em relação a todos os outros textos, demasiado cristianizados. Não só pelo facto do Graal ser a Pedra Preciosa caída da fronte – isto é, da Consciência Supra-Individual – de Lúcifer – mais tarde esculpida na Taça recipiendária do Sangue de Cristo, unindo assim as duas Correntes Espirituais, a Mística e Guerreira –, mas também pelo facto de ser conquistado não pela Graça de Deus e da Igreja, mas pela Força de Vontade do Iniciado Antinómico.
O tema esmeraldino do Graal, o carácter psicopompo da Mulher-Faery e o papel dinâmico da Vontade imperativa do Guerreiro-Cavaleiro são eixos iniciáticos fundamentais neste século XXI em que vivemos, tão marcado por um Novo Paradigma Iniciático centrado nos valores femininos e sofiânicos, como na Vontade dinâmica e supra-individual, ambos fermentos fecundadores dos Processos Iniciáticos. O Graal é, por isso, um tema de novo actual.
Gilberto de Lascariz nasceu em Caracas, Venezuela, vindo desde muito cedo a viver em Portugal. Formou-se em Direito, na Faculdade de Direito de Lisboa, ao mesmo tempo que seguia Língua e Cultura Sânscrita na Universidade Nova de Lisboa.
Desde muito cedo esteve envolvido em várias sociedades esotéricas de carácter rosacruciano e maçónico, tendo tomado votos na Tradição Nyngma-Pa do Budismo Tibetano.
A sua envolvência com o Wicca Tradicional a partir de 1982, associado ao seu envolvimento com a Antroposofia, despertou-o para a necessidade de desenvolver métodos meditativos e rituais que permitissem uma abordagem esotérica da Bruxaria Iniciática e Neo-Pagã em antítese à sua superficialização New Age.
Em 1989 criou em Portugal o Coventículo TerraSerpente e lançou a Confraria Sol-Negro, uma organização artística dedicada à renovação estética das artes sob o ponto de vista do esoterismo neo-pagão, na sua acepção evoliana.
É Magister Maximus da Irmandade da Serpente da Alba e tem o Grau 33º, 66º, 90º, 95º, 97º, sendo Deputado Grão-Mestre Internacional do Rito Antigo e Primitivo de Memphis-Misraïm do Santuário Soberano Hermético da Lusitânia e do Soberano Santuário do Brasil do Rite Ancien et Primitif de Memphis-Misraïm; Superior Desconhecido da Ordre Martiniste Operant (via Ambelain e Mauer), assim como Reau-Croix da Ordre des Chevaliers Élus Coëns de l’Univers; Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa do Grand Prieuré Indépendant et Souverain; Bispo da Ecclesia Gnóstica Apostólica e da Ecclesia Gnóstica Joanita; Baille-Ge da Tradição Franco-Haitiana da Cobra Negra e Iniciado da Cobra Vermelha (Bertiaux-Duez-Pedutti); Grau XVI da OTO-FH e High Priest Grau XVI do Club Chorozon (Bertiaux-Duez-Pedutti), além de Mestre da Fraternité Thérapeutique et Magique de la Myriam (via Linhagem Henadel, Giudicelli); Graus IXº e XIº do antigo Santuário Brasileiro da Ordo Templis Orientis (Tradição Merlin IXº e XIIº, etc.).
As suas palestras nas “Conferências do Inferno”, realizadas nos anos 80/90 no Porto, alertaram-no para a necessidade de registar em livro o seu pensamento esotérico e neo-pagão. Publicou os livros Mãe Canibal, O Culto da Bruxaria no Artista e Escritor Austin Osman Spare, O Verbo do Arcano Luciferino em Fernando Pessoa, e traduziu e prefaciou o livro de Ronald Huton, Os Xamãs da Sibéria. Em 1999 criou o Projecto Karnayna, uma organização que visava fornecer instrução esotérica na perspectiva do Neo-Paganismo sendo o primeiro autor a fazer workshops de Wicca em Portugal, tal como era praticado por Janet Farrar e Vivianne Crowley.
O magazine francês de cultura gótica Elegy Ibérica considerou-o em 2006 como sendo a figura mais importante do pensamento esotérico neo-pagão em Portugal.
Na Zéfiro, publicou as obras Ritos e Mistérios Secretos do Wicca, Deuses e Rituais Iniciáticos da Antiga Lusitânia, Quando o Xamã Voava, Dançando com a Morte e O Dragão e o Graal. É também autor do posfácio de O Chamado dos Velhos Deuses, de Nigel Jackson, e faz parte da direcção editorial de Mandrágora – O Almanaque Pagão, tendo coordenado a edição de 2009 – sob o tema “Usos e Costumes Mágicos da Lusitânia” – e de 2014 – “O Caminho Mágico do Wicca”.
Informação adicional
Dimensões (C x L x A) | 16 × 23 cm |
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