Poesia Completa – Mestre Alberto Caeiro
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“Num dia em que finalmente desistira — foi em 8 de Março de 1914 — acerquei-me de uma cómoda alta, e, tomando um papel, comecei a escrever, de pé, como escrevo sempre que posso. E escrevi trinta e tantos poemas a fio, numa espécie de êxtase cuja natureza não conseguirei definir. Foi o dia triunfal da minha vida, e nunca poderei ter outro assim. Abri com um título, O Guardador de Rebanhos. E o que se seguiu foi o aparecimento de alguém em mim, a quem dei desde logo o nome de Alberto Caeiro. Desculpe-me o absurdo da frase: aparecera em mim o meu mestre. Foi essa a sensação imediata que tive.”
“Carta de Fernando Pessoa a Adolfo Casais Monteiro”, de 18 de Janeiro de 1935,
in Correspondência 1923–1935, Assírio e Alvim
1ª publ. inc. in Presença, nº 49. Coimbra: Junho 1937
Assim descreveu Fernando Pessoa o nascimento fulgurante de Alberto Caeiro — o poeta da limpidez e do instante, que vê o mundo sem o interpretar e faz da simplicidade a sua mais alta forma de pensamento. Reunindo O Guardador de Rebanhos, O Pastor Amoroso e os Poemas Inconjuntos, esta edição apresenta a totalidade da obra atribuída ao mais sereno e essencial dos seus heterónimos. Uma voz que, sendo inventada, nos parece mais verdadeira do que a realidade.
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Fernando Pessoa (1888-1935) é uma das figuras mais enigmáticas e fascinantes da literatura portuguesa mundial. Poeta de múltiplas vozes, criou ao longo da sua vida uma galeria de heterónimos - personalidades literárias com existência própria, entre os quais se destacam Ricardo Reis, Álvaro de Campos e, acima de todos, Alberto Caeiro. Nascido "espontaneamente" num dia de 1914, Caeiro foi, segundo o próprio Pessoa, o seu mestre interior. Poeta da simplicidade e do presente, rejeita abstracções e simbolismos, preferindo olhar o mundo com a limpidez de quem vê sem pensar. A sua poesia, serena e directa, convida o leitor a uma experiência pura do real - como se cada verso dissesse apenas aquilo que é. Viveu quase toda a sua vida em Lisboa, discreto, solitário e anónimo, enquanto edificava uma das obras mais profundas e revolucionárias da poesia moderna. Na sua aparente simplicidade, Pessoa - e Caeiro - mudaram para sempre a forma de dizer e de sentir o mundo.
Informação adicional
Dimensões (C x L x A) | 14 × 21 cm |
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