Eduardo Abranches de Soveral

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No vigor intelectual dos seus 75 anos desapareceu do nosso convívio em Junho de 2003 Eduardo Abranches de Soveral. A sua dimensão humana como especulativa permite situá-lo naquele patamar de homens a que podemos chamar Mestres.

Distinto pelo saber, pela compreensão e carácter, e com a profunda marca que deixou na Faculdade de Letras do Porto, sobretudo no curso de Filosofia, o Grupo de Investigação Raízes e Horizontes da Filosofia e da Cultura em Portugal, do Gabinete de Filosofia Moderna e Contemporânea do Instituto de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (deste Instituto tendo sido seu primeiro Presidente), não podia deixar de lhe prestar a justa homenagem, ao mesmo tempo contribuindo para a divulgação da sua vasta obra.

Eduardo Abranches de Soveral, Pensador, Filósofo e Humanista foi a designação que escolhemos para este colóquio que durante dois dias reuniu no Anfiteatro Nobre da FLUP cerca de trinta conferencistas para proceder a um estudo sistemático da obra do professor e do filósofo português, integrando-o no contexto do pensamento filosófico português e do pensamento europeu seu contemporâneo, integrando ainda textos de outros especialistas no pensamento de Eduardo Abranches de Soveral, que, não tendo participado no Colóquio, nem por isso deixaram de dar o seu contributo para este volume.

Grupo de Investigação Raízes e Horizontes da Filosofia e da Cultura em Portugal
Instituto de Filosofia da Universidade do Porto

Eduardo Abranches de Soveral nasceu a 16 de Agosto de 1927, em Mangualde, e viveu toda a sua meninice e juventude na cidade de Viseu. Iniciou a sua vida universitária na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Mais tarde transferiu-se para o curso de Ciências Histórico-Filosóficas, que concluiu em 1952.

Concorreu então à carreira diplomática. No Ministério dos Negócios Estrangeiros foi secretário de Legação (1956) e chefe do Pacto do Atlântico (1958), em cujas negociações participou.

Em 1960 iniciou a sua carreira académica como assistente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Dois anos mais tarde foi aprovado em concurso público para restabelecer o curso de Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Nesta Universidade se doutorou em 1966, para o que apresentou uma dissertação com o título «O Método Fenomenológico. Estudo para a determinação do seu valor filosófico». A 26 de Junho de 1969 prestou provas para Professor Extraordinário, alcançando a cátedra de Filosofia a 20 de Março de 1970, com 42 anos de idade.

Em 1975 tirou licença sabática e obteve uma bolsa de estudo para um trabalho de investigação sobre os filósofos de língua portuguesa, no Brasil, país onde viveu até 1985, com posterior licença sem vencimento, onde prosseguiu a referida investigação, foi professor nas Universidades Católica de Petrópolis, Gama Filho e Estadual do Rio de Janeiro e orientou vários cursos de doutoramento sobre o pensamento luso-brasileiro. Criou na Universidade Gama Filho (Rio de Janeiro) o primeiro curso de doutoramento em Filosofia. Na Universidade Católica de Petrópolis fundou o centro de Estudos de Filosofia e criou o primeiro curso de pós-graduação na área da Filosofia.

De regresso a Portugal em 1985, voltou a ocupar o seu lugar na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde desenvolveu a docência até 1997, ano em que foi jubilado.

Fundou o Instituto de Filosofia da Universidade do Porto, de que foi o primeiro director e presidiu ao respectivo Gabinete de Pensamento Português.

Foi membro fundador do Instituto de Filosofia Luso‑Brasileira.

Foi membro correspondente da Academia de Ciências de Lisboa e da Academia Brasileira de Filosofia.

Faleceu de doença súbita a 29 de Junho de 2003.

Informação adicional

Dimensões (C x L x A) 16 × 23 cm

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