Só para Comunicar Contigo!

«Ricardo é uma criança reservada e preocupada com os deveres. O ímpeto de extroversão é conseguido apenas através da leitura. Aos doze anos sofre uma infeção viral e no decorrer da convalescença experimenta dificuldades ao falar, pela primeira vez. O sistema nervoso torna-se pouco amigo e demasiado exigente. No primeiro dia que retoma as atividades escolares, no sétimo ano de escolaridade, assiste ao atropelamento mortal de uma jovem. O efeito é imediato e Ricardo engole tudo o que assistiu.

No décimo segundo ano, no decorrer de uma aula de matemática, conhece uma moça, no livro batizada por Amanda. O convívio leva-o ao autoconhecimento total. A paixão pelos números é identificada. Amanda, a companheira e fada das matemáticas, faleceu muito jovem, ao sucumbir a um acidente rodoviário e Ricardo é lançado para um abismo interior. Identifica a disciplina, sinaliza-a, mas por profunda insegurança segue o curso de gestão, onde conhece Isabel e Elizabete. Por Isabel, estabelece um laço emocional muito forte, adequado ao momento em que procura reparar o luto. Na vivência da amizade, identifica o desejo em comunicar as suas emoções, mas não tem experiência em falar acerca das mesmas. A ansiedade generalizada, uma série de ocorrências do ataque de pânico, as dificuldades em falar, tornam-se capazes de lente limitadora.

As dificuldades em comunicar as suas emoções tornam a mensagem pouco percetível e a amiga distancia-se de forma progressiva. Uma amizade sólida, com laços recíprocos em termos de cuidado, acaba por dilacerar-se. Entretanto, Ricardo chega ao apeadeiro “Saber comunicar as emoções e ocorrências menos positivas”, de forma lenta, mas consistente. Após terminar o curso em gestão, está preparado para estudar as suas matemáticas.»

In contracapa Só para Comunicar Contigo! – Uma vivência do stress pós-traumático