Todas as manhãs me sento aqui
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«(…) angola desencontrou me. deixei de me procurar mas nem por isso me encontrava. navegando a poeira através do cazenga, junto ao mercado asa branca, sentia me vivo. mas vivo de uma vida que não vai a lado algum, que se desistiu. sentia me vivo nas dores daquelas gentes, carregadas com raivosa dignidade. em carne viva, escancarado, envergonhado da ausência de faltas, conduzia furiosamente por entre o caos e as lixeiras a céu aberto. amava luanda tanto quanto a odiava, honrando assim os seus contrastes e a convivência impossível dos excessos com a mais absoluta miséria. zangava me com deus. e chorava de raiva e impotência. tragado pelo bulício, por vezes, quase me via, perdido entre os vultos adiados. e assaltava me paris e os lilases e montmartre numa tela inacabada, sem brilho. assaltava me paris e o verde dos teus olhos. e atacama. tão longe. um puto de vinte e nove anos em busca de rosas num deserto onde só há cactos.»
José mariano neves nasceu em Lisboa a 15 de Agosto de 1970. Considera-se um cidadão do mundo, fascinado com a riqueza da diversidade, a complexidade do uno que abrange o todo. Tem formação em Engenharia Electrotécnica e interesses tão díspares como seria de esperar de alguém que se assume cidadão do mundo. Das artes marciais às terapias alternativas, da física quântica ao xamanismo, da massagem à biodanza, da humanização do parto ao vegetarianismo, das viagens ao budismo, da literatura à música. Tudo um pouco tem povoado e continua a povoar o seu universo em expansão. Sempre convidou as palavras a brincar consigo. E elas têm correspondido. inventam juntos novos mundos, a cada dia. José mariano neves escreve desde sempre, mas foi em Julho deste ano (2011) que publicou o seu primeiro livro, leva-me comigo (poesia), todas as manhãs me sento aqui (romance) marca a sua estreia sob a chancela da Cordão de Leitura.
Informação adicional
Dimensões (C x L x A) | 14 × 21 cm |
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