Homens na Prisão
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Reinventar o mundo paga-se caro, muito caro.
Inspirado, como quase todos os restantes livros do autor, na sua experiência de vida, Homens na Prisão é o relato do que aconteceu aos jovens que integravam os grupos anarquistas na França do começo do século XX.
Serge, filho de expatriados russos a viver em França, fez parte desses grupos anarquistas, grupos de jovens cansados do mundo em que viviam com as suas hipocrisias e a sua corrupção. Jovens que sonhavam mudar o mundo.
Serge foi preso e também sobre ele incidiu um sistema prisional decidido a vergar os homens às morais vigentes. Este romance é a história desses homens em luta contra um sistema.
Anos mais tarde, Serge juntou-se aos bolcheviques e ao partido comunista. Também aí a sua vontade era mudar o mundo, também aí essa vontade lhe valeu a prisão. Este é o contexto do romance. O romance dos homens que acreditam no seu poder para transformar a realidade.
«Uma obra tão mais cruel quanto as intenções puras dos homens que acabam na prisão. Brutal, pungente, um livro vital para quem sonha mudar o mundo.» Jean-Michel Girard
Victor Serge (1890-1947) foi um escritor e activista político russo que viveu boa parte da sua vida no exílio ou na prisão.
A vida de Victor Serge é um retrato da história política da Rússia. Nascido na Bélgica, filho de pais russos pobres e anti-czaristas, Serge vê os pais separarem-se quando tinha 15 anos. A partir daí teve de se sustentar usando as muitas leituras da sua infância e o conhecimento de várias línguas que lhe abriram a porta do jornalismo na Bélgica e em França, bem como da política. Anarquista fervoroso e radical, publicou dezenas de artigos, traduziu autores russos e tornou-se editor da revista anarquista francesa mais importante.
Devido a uma queixa infundada foi preso com a sua namorada e vários amigos por um presumível envolvimento com um grupo anarquista. Serge foi libertado, mas alguns dos seus amigos foram executados ou passaram longos períodos na prisão.
Viajou por quase toda uma Europa em convulsão e pisou pela primeira vez o solo russo em 1919, envolvendo-se de imediato com os bolcheviques e abandonando aos poucos as tendências anarquistas. Trabalhando para o Comintern, Serge foi, com Trotski e outros, o mais crítico da crescente influência do Estado e de Estaline. Estas posições valeram-lhe vários períodos de prisão, a apreensão e a destruição de várias obras, bem como a proibição de trabalhar, e, por fim a expulsão do país.
Perseguido em vários países, fazendo parte da lista de alvos a abater da GPU, Serge segue um percurso semelhante ao de Trotski, mas é cada vez mais isolado por agentes duplos soviéticos cujos falsos testemunhos levantados conduzem outros exilados russos a suspeitarem dele.
Serge morreu no México em 1947, depois de vários problemas de saúde supostamente decorrentes dos vários anos na prisão em condições sub-humanas, embora corram rumores de que teria sido envenenado.
Escreveu romances e contos, um livro de poemas (recuperados de memória depois de os agentes de Estaline terem destruído o manuscrito original) e variadíssimos ensaios e obras de não-ficção sobre temas políticos e sociais.
A obra de Victor Serge foi redescoberta no início do século XXI, altura em que começou a ser editada em vários países. O reconhecimento da qualidade da sua obra para lá do contexto político marcou a sua inclusão nos cânones literários.
Informação adicional
Dimensões (C x L x A) | 15 × 23 cm |
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