Joaquim de Araújo
O preço original era: 18,00 €.16,20 €O preço atual é: 16,20 €.
“Joaquim de Araújo. Diálogo epistolar com Alice Moderno: da Literatura ao amor frustrado”, de Maria da Conceição Vilhena, publicado pela Edições Cão Menor, é uma edição comemorativa dos 150 anos do nascimento de Joaquim de Araújo, na qual a autora analisa e transcreve, na íntegra, 171 cartas trocadas nos anos 1888 a 1911 entre Alice Moderno e Joaquim de Araújo. Sendo ambos poetas e jornalistas, fundadores de jornais e revistas, absorvidos por interesses culturais, ocupados em actividades intelectuais, criadores e difusores de literatura, as suas cartas de namoro contemplam assuntos que ultrapassam largamente a vida sentimental, ocupando um vasto espaço sobre a vida cultural portuguesa daquela época. No prólogo da obra pode ler-se: Foi em 1978 que tivemos o primeiro contacto com os Açores, onde acabava de ser fundada a sua Universidade. Para aí fomos, e ficámos a leccionar em Ponta Delgada (Ilha de S. Miguel), durante alguns anos. Até essa data, muito pouco sabíamos sobre a cultura açoriana, conhecendo apenas aquilo que havíamos adquirido através da leitura. Tendo‑nos sido apresentado o Dr. Ruy Galvão de Carvalho, octogenário poeta e filósofo, foi com ele que muito descobrimos e aprendemos, sobre a cultura açoriana. Soubemos então quem havia sido Alice Moderno, uma mulher pioneira, não só no domínio da cultura, como no da intervenção social. Ao Dr. Ruy Galvão de Carvalho deixara ela o seu espólio literário, constituído especialmente por algumas centenas de cartas. Foi este material, posto à nossa disposição, que nos permitiu a preparação de dois livros sobre a referida escritora. Pela leitura dessas cartas soubemos do envolvimento amoroso de Joaquim de Araújo com Alice Moderno. Eram perto de uma centena as cartas dele, e pareceu‑nos serem de muito interesse. Tivemos então a feliz ideia de as dactilografar. Poucos anos mais tarde, o Dr. Ruy Galvão de Carvalho doava à Universidade aquele rico espólio, o qual viria a ser devorado pelas chamas que, na fatídica noite de 12 para 13 de Junho de 1987, reduziram a cinzas o edifício central da Universidade. Guardámos com especial desvelo as ditas cartas dactilografadas, como única recordação dos originais doados por Alice Moderno ao seu amigo filósofo e poeta, dedicado aos estudos anterianos. Guardámo-las, mas agora pareceu‑nos devermos dá-las a conhecer. Elas são o retrato de facetas da alma humana que, ficando muitas vezes ocultas, levam a ideias erradas sobre o homem no seu todo. Além disso, dão a conhecer o parecer, as quezílias e querelas entre os literatos de então, guerras de “alecrim e manjerona” motivadas muitas vezes por baixos sentimentos de inveja. Alice Moderno e Joaquim de Andrade são dois escritores: poetas e jornalistas, fundadores de jornais e revistas, absorvidos por interesses culturais, ocupados em actividades intelectuais, criadores e difusores de literatura. Pelo que, nas suas cartas trocam sempre impressões a respeito das obras dos outros e das suas: louvam‑se, criticam‑se, irritam‑se, magoam‑se. Reciprocamente. Pelo que, bibliografias e biografias entrecruzam‑se e sobrepõem‑se, completando‑se. Vimos, pois, dar a conhecer um conjunto de cartas de namoro, cujos assuntos referidos ultrapassam largamente a vida sentimental. Tanto mais que, inicialmente, a temática é, apenas, sobre literatura e jornalismo. Em seguida entram em jogo os sentimentos e surge a paixão. Deste modo, são cartas que ocupam um vasto espaço cultural sobre a vida portuguesa daquela época: a vida de Joaquim Araújo decorre de 1858 a 1917; a de Alice Moderno vai de 1867 a 1946. As cartas aqui publicadas foram trocadas entre 1888 e 1911, embora o namoro tenha durado pouco mais de dois anos (de 1892 a 1894). Mais ainda: nestas 171 cartas encontramos um vasto material que nos permite traçar o perfil psicológico (e até somático), dos dois jovens: paixão, sonho, amor, confiança, decepção, reacção, crítica, revolta, lágrimas, desespero… doenças, epidemias, lutas, solidão, tristeza…Enfim, do projecto à frustração! Maria da Conceição Vilhena
Disponível por encomenda
Maria da Conceição Vilhena é licenciada em Filologia Românica, pela Faculdade de Letras de Lisboa e doutorada pela Sorbonne, Paris. Leccionou na Universidade de Aix-en-Provence, em França, na Universidade dos Açores, na Universidade Aberta de Lisboa e na Universidade da Ásia Oriental, em Macau. Tem publicados para cima de 160 trabalhos (livros e artigos) sobre literatura, linguística, etnografia e história. Actualmente é aposentada e presidente honorária vitalícia da Associação de Solidariedade Social dos Professores.
Informação adicional
Dimensões (C x L x A) | 16 × 23 cm |
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