O Pescador da Vila

A Ana Rito Cardoso nasceu, na bonita cidade de Lisboa, numa noite quente do fim do Verão, já lá vão umas décadas. Desde então nunca mais deixou de gostar do veludo do firmamento, do Sol e da alegria dos dias de férias. Gosta de algodão doce e farturas e de cumprimentar os gatinhos com quem se cruza na rua. Adora passear à beira-mar para sentir a areia a escapar debaixo dos pés e, em pequenina, quando ia à aldeia dos avós, corria para a mercearia para poder enterrar os dedos nas misteriosas tulhas do grão e do feijão e sentir o cheiro adocicado de todas as mercadorias arrumadinhas nas prateleiras com portas de vidro e dispostas sobre o balcão. Dos longos passeios junto ao rio, trazia as pedrinhas roladas, que depois de pintadas com formas divertidas, oferecia a toda a família. Nesse tempo adorava ouvir contar histórias e quando cresceu passou a contá-las. Nunca mais parou de as contar. Hoje já tem um público fiel e exigente entre os meninos e meninas que foram aumentando a família, por isso, no pouco tempo livre que tem depois dos afazeres e do trabalho com que os adultos ocupam a maior parte da sua existência, continua a escrever histórias sobre tudo o que o que se passa à sua volta. É afinal como a personagem do seu livro, O Pescador da Vila, o mestre João: das experiências da vida faz sabedoria e constrói o muito amor que distribui generosamente com quem se cruza.