O resto do que ficou

Este é um livro autobiográfico. Todo ele está escrito em forma de diálogo. Um diálogo interior. Nele são relatados acontecimentos da família do autor. O autor é artista plástico. É filho único. Ambos os pais tiveram cancro. O pai teve um linfoma, que o deixou em cadeira de rodas. Vinte anos mais tarde teve um carcinoma no pâncreas, que o matou. A mãe, a par do fardo pesado de cuidar do pai, teve um carcinoma na mama. O autor tinha sete anos quando o linfoma do pai apareceu. Oito anos quando este o deixou em cadeira de rodas. Dezasseis anos quando a mãe foi diagnosticada com um carcinoma na mama. Vinte e oito anos quando o pai faleceu. Para além dos relatos (ou no meio deles) são abordadas várias questões, inquietações, ânsias, dúvidas, elaborações metafísicas, e crises existenciais. Este relato não é linear. Está dividido em cinco partes, que se cruzam. A 1.ª parte encaminha-nos de forma introdutória. A 2.ª parte começa a desvendar e a relatar acontecimentos relacionados com a doença. A 3.ª parte preocupa-se com as inquietações da publicação do livro e da problemática da exposição pessoal que essa mesma publicação acarreta. A 4.ª parte expõe mais claramente as dúvidas metafísicas do autor. A 5.ª parte relata a última fase da doença e a morte do pai.