Do Assassínio Como uma das Belas-Artes
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Para a composição de um assassínio a preceito, exigem-se mais do que dois néscios, um para matar e outro para morrer, uma faca, uma bolsa e uma viela escura.
Clássico do humor negro e da provocação, Do Assassínio Como uma das Belas-Artes (1827) é uma prelecção sobre, digamos assim, a arte de obrigar alguém a esticar o pernil.
Recorrendo a uma panóplia de homicidas exemplares, do bíblico Caim a novos aficionados com provas dadas na área, esta obra que influenciou várias gerações de escritores – de Poe a Baudelaire, de Gogol a Borges – é recheada com mais dois opúsculos sobre a arte de cortar gasganetes com estilo e sobre a relação entre a violência e o sublime.
Porque, segundo o autor, um assassínio comme il faut é, à luz de considerandos estéticos, um exercício tão digno de ser apreciado como uma bela obra artística.
Menino prodígio, ávido leitor em criança, precoce classicista, Thomas de Quincey (1785-1859) fez de tudo para fugir aos epítetos que lhe queriam colar ao epitáfio. Na adolescência fugiu da escola para passar Invernos na penúria, a vadiar pelas ruas; na juventude entrou em Oxford, mas saiu de lá sem o diploma porque não compareceu ao último exame. Viciado no ópio e afogado em dívidas, escreveu mais de duas centenas de artigos de filosofia, história, estética, crítica literária e política, muitos deles reunidos nos livros Confissões de Um Opiómano Inglês (1821) ou O Assassínio como Uma das Belas-Artes. Com uma escrita subversiva e refinada que é uma verdadeira uma lição de humor negro e de retórica, os seus ecos repercutem-se ainda hoje no fascínio das artes — e do público — pelo terror, o crime, o lado negro da vida.
Informação adicional
Dimensões (C x L x A) | 10,3 × 14,8 cm |
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