Dos Nossos Irmãos Feridos
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Argélia, 1956. Uma bomba que nunca viria a detonar é deixada numa fábrica, destinada a causar estragos e não a reclamar vidas, num acto simbólico.
Um operário revolucionário e idealista, que sonha com um país livre e se opõe à violência cega, é denunciado. Detido e torturado, Fernand Iveton (1926-1957) seria o único pied-noir condenado e executado pelo Governo francês durante a Guerra da Argélia: um castigo que se pretendia exemplar e um aviso a todos os europeus que ousassem tomar o partido dos colonizados.
França, onde Iveton conhecera o amor da bela Hélène, que o acompanharia até ao fim dos seus dias, silenciaria a voz do dissidente, mas nunca a esperança colectiva de uma futura nação.
Dos Nossos Irmãos Feridos (2016), num estilo de tirar o fôlego, retrata os últimos dias de Fernand Iveton e relembra que por vezes é a ficção que traça os veredictos mais justos, quando a justiça dos homens se revelou indigna.
Joseph Andras (n. 1984), uma das vozes mais combativas e literárias da nova ficção francesa, colabora regularmente com o jornal L’Humanité. Publicou S’il ne restait qu’un chien (2017), texto poético sobre a história do porto de Le Havre, e Kanaky — Sur les traces d’Alphonse Dianou (2018), líder independentista da Nova Caledónia. O seu livro Dos Nossos Irmãos Feridos (Antígona, 2021) agitou as águas em França e venceu em 2016 o Prémio Goncourt para romance de estreia. O autor recusou-o, pois a sua visão da literatura «não é compatível com a ideia de competição, e a concorrência e a rivalidade são alheias à escrita e à criação».
Informação adicional
Dimensões (C x L x A) | 13,3 × 21 cm |
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